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segunda-feira, maio 30, 2005

O "CUEBB"

Venho por meio desta informar-lhes que, neste 30/05/05, está oficialmente fundado o CUEBB (Centro Universal de Encontro dos Blogueiros Bacanas), com sede oficial aqui.
O CUEBB tem como objetivo a busca de um lugar ao sol para todos os blogueiros bacanas que não encontram o devido reconhecimento no número de visitas e comentários em seus blogs.

Para participar é muito simples:
Basta deixar um comentário na sede oficial com a seguinte frase:
"Quero entrar para o CUEBB"

Vamos às regras:
Todos os membros do CUEBB tem por obrigação visitar diariamente o blog dos demais membros do Clube, não se esquecendo que é fundamental deixar um comentário a cada novo post.
Além das visitas e comentários, é imprescindível que todos os membros do CUEBB coloque em seu blog o link dos demais membros.
Se todos os membros cumprirem com a sua obrigação, em pouco tempo os blogs associados ao CUEBB terão mais de 50 comentários por post.
NÃO É O MÁXIMO?

Acredito que esta iniciativa revolucionará o mercado "bloguístico" e, finalmente, trará o devido reconhecimento aos milhares de blogueiros bacanas que hoje se encontram encurralados pela turma dos blogs dominantes, liderados pelo "Wunderblogs".

Finalmente chegou a sua hora.
Não perca tempo e associe-se já no CUEBB.
É a garantia do sucesso que você tanto buscava.

Ah, não se esqueçam de divulgar essa iniciativa.
Vamos trazer todos os blogs amigos para o nosso lado.

Atenciosamente,

A Presidência.

OBS: Para o total entendimento desse post, é de suma importância ler o post "Where´s my fuckin´link?", que está logo abaixo.

quarta-feira, maio 25, 2005

Lá vem o Clóvis!

O Clóvis Camargo será entrevistado pela Larissa "Tetéia".
Vai ser um encontro e tanto.

Where`s my fuckin` link?

Esse é o universo em que vivemos: blogs em busca de um lugar ao sol.
E como é que medimos a qualidade de um blog?
Pela quantidade de comentários?
pelo contador de visitas?
Ou é difícil medir isso?
Então eu dou a minha opinião:
NÃO EXISTE BLOG BOM, EXISTE BLOG QUE A GENTE GOSTA!

Não dá pra desprezar os comentários. Confesso que conheci pessoas interessantíssimas através daquela caixinha que eu mantinha em meu blog. Verdadeiros amigos mesmo. Mas se a tal caixinha tá começando atrapalhar, é hora de se livrar dela. Bom, e abaixo dos posts está o meu e-mail, se alguém quiser é só me escrever.

E tem aquela coisa dos links. E alguns amigos blogueiros exigem o link dele em teu blog. É bacana ser indicado por outro blog, principalmente se o blog em questão for aquele que você está cansado de ler e admirar, mas é preciso conquistar esse link.

Pensando nesses amigos, que fazem tudo por um link, estou fundando o "CUEBB".
Mais informações no próximo post.
Não Perca!

segunda-feira, maio 23, 2005

Viva o pancadão!!!

Atenção chegou Chatuba heim!
Atenção chegou Chatuba heim!
Vamo esculachá!

Máquina de sexo em transe, que animal!
A Chatuba de Mesquita do bonde sexo anal
Muleque prayboy, funkeiro sexo anal
A chatuba de mesquita come a mina de geral

Andamo de regra: viemo pegá muié
A Chatuba de Mesquita do bonde dos Nike Air
Chatuba come cú e depois come xereca
Ranca cabaço, é o bonde dos careca

Máquina de sexo em transe, que animal
A Chatuba de Mesquita do bonde sexo anal...

(Essa é a letra dá música "Máquina de sexo", do grupo "Chatuba de Mesquita")

Preparei uma lista de argumentos pra explicar o porquê de eu achar o Funk Carioca bom, mas não vou gastar meus "dedos" tentando convencê-los de nada.
É muito simples:
Quantos de vocês teriam coragem de soltar a voz para cantar uma música como essa aí em cima?
Pois é, os caras são autênticos demais.
O "Pancadão" é despretencioso, não quer vender milhões de cópias. O "Pancadão" quer apenas tirar um sarro, depois de mais uma semana difícil nos morros cariocas.
O "Pancadão" quer apenas valsar nos Bailes Funk. Assim como a mulata valsa na Sapucaí.

Eu ainda hei de rebolar num Baile Funk... e acordar ao lado de uma potranca qualquer.

quinta-feira, maio 19, 2005

Sabe,

se eu fosse um servidor público e trabalhasse meio-período, teria um blog tão bacana quanto esse. Mas como ainda não prestei concurso, continuo enrolando-lhes com textos alheios.
Esse de baixo é ótimo.

Meio intelectual, meio de esquerda

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins.
Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.
"Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.
Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV.
Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz. Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que agente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo.
Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?). - Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

Será que alguém vai se identificar?

Texto de Antonio Prata

segunda-feira, maio 16, 2005

Clóvis Camargo em: "Nesse peito também bate um coração"

- Atenção: Isso é um assalto! Quero todo mundo no chão.
Quem gritou foi o Clóvis. Estava de saco cheio de vender balas de goma no sinal, enquanto as pessoas, de vidros fechados, entravam no Mc Donalds.
Queria vingança:
- Vem você aqui, madame. Vem logo senão eu atiro, porra!
Colocou o revólver apontado para a cabeça da mulher e pediu toda a grana do cofre.
Do lado de fora o Alfinete e o Mané Maldade faziam a cobertura.
Dois minutos e 15 segundos depois o gerente voltou com dois sacos de dinheiro.
- Você vem comigo, madame.
- Me solta, por favor. Ele já te deu o dinheiro.
- Cale a boca. Isso é só o começo.
Entraram no carro importado que haviam roubado e saíram cantando pneu.
Viajaram cerca de 140 km até um sítio que fora alugado para a operação.
- O que vocês vão fazer comigo? – gritava a mulher.
- Se você cooperar, nada. Mas se ficar enchendo o saco...
A Madame calou-se. Esperava o pior.
Durante uma semana levaram vida de rei: Comiam as melhores comidas, bebiam as melhores bebidas, curtiam a piscina e jogavam tranca durante a noite.
Passada uma semana voltaram para cidade, alugaram um carro e saíram pelas ruas.
A tarefa da Madame era simples: fingia-se de esposa do Clóvis, ambos muito bem vestidos, e em cada semáforo, quando alguém viesse lhe vender balas de goma ou qualquer outro produto, ela daria uma nota de cem reais e um beijo no rosto da pessoa. Para aqueles que só pediam o dinheiro ela não dava nada:
- Esse povo é vagabundo, não merece o meu dinheiro – dizia o Clóvis.
Após duas semanas se vingando da sociedade, a grana do Clóvis acabou.
Veio então a última ordem para a madame:
- Vai pra casa. Sua família deve estar te esperando.
No dia seguinte o Clóvis voltou para a sua velha rotina: vender balas de goma.
Passado três dias, foi surpreendido pela madame, que desceu do carro, lhe deu uma nota de cem reais, um beijo na boca e lhe convidou para almoçar.
Ah, o Alfinete e o Mané Maldade compraram uma Kombi e fugiram para o México.

sexta-feira, maio 13, 2005

Nada é de ninguém, mas precisa ser de alguém

Ela apenas sorriu e disse que tinha sono. Eu não queria vê-la dormir, mas fiquei calado. Nenhum sorriso. Só silêncio. Tentei convence-la com o meu olhar. Mas já não lembrava do que estava tentando convence-la. Então calei o meu olhar também... Pensei:
“Deixa pra lá. Ela jamais será minha”.

“Aqueles olhos verdes não são seus, e nem hão de ser, ouviu bem? E não são seus porque são dela, oras!” – disse o homem alto do meu lado.
E nem que eu implore um abraço qualquer. Nem que eu amarre seu corpo na árvore mais truculenta... Pensei:
“Deixa pra lá. Ela jamais será minha”.

Eu sei que ali dentro existem turbilhões de pensamentos. Existem desejos secretos. Existe saudade também. Saudade até do que não tem. Saudade até de mim. Mas não é sempre, não. Eu não passo de um qualquer. E o pior é que sei disso... Pensei:
“Deixa pra lá. Ela jamais será minha”.

Eu tive medo, sabia? Me senti o mais só dos seres. Foi quando gostei de me sentir só. Não havia mais ninguém pra chatear-me. Eu estava só, mas estava livre. Eu quase voltei praquele dia. Eu quase fui a sua procura, mas fiquei estagnado, com um sorriso bobo na cara. Ajoelhei-me diante de um quadro qualquer... Pensei:
“Deixa pra lá. Ela jamais será minha”.

Então ela chegou, olhou-me bem nos olhos, sorriu-me contente, abraçou-me carinhosamente e, então, foi minha. Eu fui dela. Ela foi dela. Eu fui meu. Fomos dos outros e de nós mesmos. Fomos do pão, do chão e da paixão.
E não deixamos pra lá, não. Jamais seríamos somente de nós mesmos.

Depois ela apenas sorriu e disse que tinha sono. Eu não queria vê-la dormir, mas fiquei calado. Nenhum sorriso. Só silêncio. Tentei convence-la com o meu olhar. Mas já não lembrava do que estava tentando convence-la. Então calei o meu olhar também. Pensei:
“Deixa pra lá. Ela não precisa ser minha pra ser minha”.

quarta-feira, maio 11, 2005

Vai um legião aí?

Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar

Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta então que eu não sabia amar
E me via perdido e vivendo em erro
Sem querer me machucar de novo
Por culpa do amor
Mas você e eu podemos namorar
E era simples: ficamos fortes.
Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu.
Sei rimar romã com travesseiro
Quero a minha nação soberana
Com espaço nobreza e descanso.

Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta que estava então longe de sereno
E fiquei tanto tempo duvidando de mim
Por fazer amor fazer sentido.
Começo a ficar livre
Espero. Acho que sim.
De olhos fechados não me vejo
E você sorriu pra mim

Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Dai-nos a paz...

Essa canção me diz tudo sobre relações amorosas. Em especial as frases: "E fiquei tanto tempo duvidando de mim por fazer amor fazer sentido" e "Quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu".

segunda-feira, maio 09, 2005

Caros leitores:

Eu queria escrever alguma coisa qualquer sobre a minha falta de paciência pra cuidar do blog... só que agora eu tô sem saco.

quarta-feira, maio 04, 2005

Adriana, a amiga do Clóvis.

(texto baseado nas Aventuras de Clóvis Camargo, de Michel Seadini)

Escrito por: Fabíola Cunha

Adriana Teixeira foi uma criança esquisita. Mal começou a andar, descobriu que não gostava de outras crianças. Rodeava os pais e os amigos dos pais, ouvia as conversas e não conseguia brincar sem contextualizar os fatos: no pega-pega, queria explicar o porquê de ter sido pega. No esconde-esconde, pensava tanto antes de procurar um local pra ficar que era descoberta sempre, no meio do caminho.
Aprendeu a usar a expressão “é óbvio” antes de ler e escrever. Quando leu e escreveu pela primeira vez, descobriu que isso era mais divertido do que brincar. Cresceu, entrou na adolescência e descobriu que não gostava de adolescentes, meninos ou meninas. E fazia tudo ao contrário: quando os quadris e os seios surgiram ela passou a usar calças de skatista e camisetas largas.
O rosto não tinha mais do que duas espinhas por ano, e sua mãe – como toda mãe, pelo amor de deus – anunciava o fato como “um milagre”. Ela se trancou no quarto e só saiu de lá pra mudar de cidade. É claro que isso é um exagero, ela saía do quarto algumas vezes pra brigar com os pais e roubar cigarros deles.
Na faculdade ela descobriu que havia tantas meninas como ela quanto grãos de areia no mar. E descobriu que não era boa com metáforas. E que tinha passado muito tempo bancando a adulta e agora queria brincar e dar risada.
Então ela encontrou o Clóvis. E não gostou dele nem um pouco. O Clóvis queria comer todo mundo e a Adriana vivia brigando com ele e discursando sobre a valorização do ser e a triste banalização dos sentimentos e relacionamentos. Entre uma briga e outra eles viraram amigos. E o Clóvis vivia perguntando como ser um cara mais gentil e sensível e a Adriana vivia fumando cigarros e tomando cafés e aconselhando o Clóvis.
O Clóvis também aconselhava a Adriana, sobre como ser mais solta e mais divertida. Tornou-a uma pessoa mais sociável, quase uma garota adorável. E os dois trocavam confidências sobre suas decepções em segredo, mas não baixavam a guarda em público, é óbvio. Porém, ele não conseguiu convencê-la de que o Big Brother era um programa divertido, mas ela começou a gostar de “Pânico na TV” e agora fica sem fôlego de tanto rir do Gluglu.
O Clóvis era o “comédia” e a Adriana a “enfezada”. A Adriana até arranjou um namorado, graças aos esforços do Clóvis em convencê-la de que paquerar e ser paquerada não é sinônimo de futilidade. Mas ele só conseguiu isso porque o pretendente era tão ou mais cabeçudo* que a Adriana. Um milagre.
Agora é a Adriana que tenta arranjar uma namorada pro Clóvis, entre tantas gurias que, a princípio, ela sempre considera cabeças-ocas. Mas ela se esforça, analisando em silêncio a conjuntura dos possíveis defeitos e aparentes qualidades das gurias e fazendo um relatório pro Clóvis, que ouve e concorda um pouco e ri do resto. E os dois brindam com cerveja e amendoim.
Mas essa história não tem fim. Porque o cabeçudo namorado da Adriana também é amigo do Clóvis e gosta de aconselhá-lo também, então é mais provável que o Clóvis vire um cabeçudo do que arranje uma namorada.

*cabeçudo: pessoa que sabe/acha que sabe/finge que sabe de um monte de coisas e prefere ficar em casa lendo um livro do Niestzche do que sair com os amigos. Quase sempre tem traços de depressão na personalidade, mas sabe rir de si mesmo como ninguém.

OBS: Se esses personagens fossem reais, a Adriana seria a Fabíola (Que escreve muito bem, mas se recusa a entrar no Universo Bloguístico), o namorado cabeçudo da Adriana seria o Vici e o Clóvis seria um tal de Michel Seadini, mas como essa obra é pura ficção...

segunda-feira, maio 02, 2005

Clóvis Camargo em: "Um dia é da caça. O outro não se sabe"

O Clóvis teve uma infância muito perturbada. Era um garoto feio. Além de feio, era gordo. Além de feio e gordo, era bobo. O “Ó do borogodó”.
Nas gozações do pessoal do colégio, era o mais visado. Quando alguém se tornava o alvo da turma, logo desviava o foco para o Clóvis. E assim foi...
Quando passou a terrível fase da puberdade, o Clóvis esticou, emagreceu e ficou mais esperto. Ao completar 18 anos e ganhar um carro, se tornou o garanhão da turma. Mas guardava uma terrível mágoa dentro do peito, e começou a descontar nas garotas. Sempre com muita sutileza.
Era o seguinte: O Clóvis começava a sair com uma garota até conseguir uma noite de sexo. Quando a garota acordava ele simplesmente não estava mais lá. Sumia e pronto.
Com ele não tinha conversa. Dizia que os seres humanos eram todos horríveis e que mereciam apanhar muito na vida, “que é pra largar a mão de ser besta”. E ouvia de tudo:
- Pega leve, Clóvis – dizia um.
- Um dia você vai se apaixonar e vai levar o troco – dizia o outro.
Mas ele dava de ombros. Era um homem obstinado.
Certo dia conheceu a Maristela. Um baita avião. Daquelas pra fazer um busto e colocar no jardim de casa. Diziam que Deus fez a Maristela numa manhã ensolarada de domingo, com toda a calma do mundo. Ele apenas sorria, satisfeito.
O namoro começou a esquentar. A expectativa dos amigos também:
- Duvido que ele larga essa – dizia um.
- Não faça besteira, ouviu Clóvis? – dizia o outro.
A verdade era que o Clóvis não sabia o que fazer. Gostava da Maristela.
Acabou percebendo que descontar no presente as frustrações do passado era uma grande bobagem, e que já estava na hora de levar alguém a sério.
Preparou “aquele” jantar, comprou “aquele” vinho, “aquele” buquê de rosas e ficou esperando a Maristela chegar.
Teve a melhor noite de sua vida. Quando acordou, pronto para pedir a Maristela em casamento, se deparou com a cama vazia e um bilhete em cima da cômoda. No bilhete uma única frase escrita: “Comigo não, violão”.
Pois é, a fama do Clóvis já havia se espalhado.